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O babaquismo contagioso nosso de cada dia


Mais um período eleitoral se encerra e assim como em 2014, só se vê terra arrasada e polarização. Apesar de ser um movimento mundial (Estados Unidos que o diga), vimos o bicho pegar aqui no Brasil. E pegar feio. Uma disseminação absurda de fake news, esperteza política e desrespeito foi o tom nesses tempos. E independente de candidato A ou B, o que vi que é nós (uns muito mais outros muito menos) desaprendemos totalmente a discordar dos outros sem sermos completos babacas nas redes sociais

Creio que todo mundo tem o direito de ter sua posição política, votar em quem quiser. Até fazer campanha para seu candidato. Sem espalhar mentiras, argumentos falsos, frases fora de contexto. Todo mundo tem o direito de estar insatisfeito. Eu estou insatisfeito. Temos uma porra de país imenso, cheio de riquezas, com uma carga tributária alta mas mesmo assim não temos ensino, saúde e segurança pública de qualidade. O pobre não tem a mesma oportunidade que o rico, a não ser que se mate de trabalhar e estudar na vida. O que se vende como superação do pobre é injustiça pra mim. Luto para que tenhamos um país sem desigualdade, para que não só para mim ou para as pessoas que amo possam viver melhor, mas para todos. Mas a falta de empatia contaminou as pessoas, e todo mundo quer saber somente do próprio umbigo. 

Você já reparou que todo mundo só pensa em si próprio? Nas próprias convicções e na própria verdade que lhe surgiu. Mesmo que essa verdade seja refutada a base de notícias suspeitas, que em um google podem ser desmentidas, mas como ela se alinha conosco vamos bombardear as redes sociais de todo mundo. Nessa eleição está claro em quem faz muito isso e quem faz pouco ( Não tem santo nessa história, só demônios em ordem de grandeza bem diferentes). Só olhar para o seu grupo de whatsapp e ver quantas mensagem pró político A e contra político B tem. 

Aí vemos a segunda 'falha de caráter' que andamos a ter, que é a intolerância. Se fulano diz que é A e ciclano diz que é B, fulano deixa de seguir, ou começa desferir impropérios ou coisas do tipo. A argumentação acabou. E o outro lado, vai indo na mesma onda em algumas ocasiões. E acaba criando um círculo de ódio muito nocivo a todos,infelizmente. um lado não vai mudar com insultos e agressões, ou fake news e terror. Precisamos argumentar propostas (quando essas existem,né?) que isso que impulsiona um país que tem um grande déficit para 2019 e que precisa sair dessa crise maquiada (ou seria bomba relógio) pelo ilustríssimo vampiro Michel Temer. 

Somos uma nação quase bebê em se tratando de democracia. passou 322 anos como colônia, quase 70 como monarquia e uma uma ditadura aqui e acolá, enfrentamos 33 anos de período democrático. Se de um anos para cá, deixamos de ser moscas mortas politicamente para sermos mais ativos em prol dos seus candidatos, ainda achamos que política é futebol para ficar falando qualquer impropério para defender nossa visão. Política não é futebol, política é união, pois só se nos conscientizarmos poderemos fazer um Brasil melhor. Ainda não foi dessa vez. Quem sabe em 2022 as pessoas não caiam mais em conversa de incitação de ódio, mentiras e desrespeito ao seu semelhante e vote em alguém com propostas concretas e justas para todas as parcelas da população?

Comentários

  1. Geralmente gosto de ler os comentários,seja para concordar discordar e aprender alguma ponto de vista novo ou simplesmente tentar entender o outro,mas está bem complicado,poucos argumentam com base,sem ofender,lamentável.Muito bom seu texto.

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